Fezes moles diariamente: principais causas da alteração intestinal

Fezes moles diariamente

Se você está evacuando fezes moles diariamente, esse pode ser um sinal de que algo não vai bem com seu sistema digestivo.¹

Diversos fatores podem fazer com que o cocô fique com uma consistência amolecida, desde inflamações intestinais até um alimento que não caiu bem.

Para se ter noção, até a ingestão excessiva de água pode ocasionar fezes moles.²

No entanto, apesar de ter diversas possíveis explicações, isso não significa que evacuar fezes sempre mole é normal.

Por isso, se você está enfrentando esse problema, chegou a hora de entender um pouco mais sobre esse cenário, suas causas e o que fazer para melhorar. Vamos lá!

Dor de barriga e fezes moles: o que pode ser?

A primeira coisa que pensamos ao evacuar fezes moles diariamente é em diarreia, não é? De fato, essa é a causa mais comum do cocô amolecido¹, no entanto, não é a única explicação.¹

A diarreia crônica é um dos problemas de saúde que podem causar alterações na consistência das fezes e durar até mais de quatro semanas.¹

É importante saber que, além da consistência, outro fator indispensável para o diagnóstico de diarreia é a frequência

Para ser diagnosticado como doença diarreica, você deve fazer cocô três ou mais vezes por dia, todos com a consistência aquosa

Ou seja, se você foi mais de três vezes ao banheiro, mas o cocô saiu em consistência normal, não há indício de diarreia. O mesmo vale para quem fez cocô mole, mas foi ao banheiro apenas uma vez no dia.¹

Se seu caso não se enquadra nos critérios da diarreia, outros fatores que podem causar dor de barriga e fezes moles são:3,4,5

  • Alimentação não saudável, principalmente a alimentação rica em gordura;
  • Intoxicação alimentar;
  • intoxicação por água
  • Quadro viral;
  • Medicamentos;
  • Nervosismo e ansiedade.

Evacuar fezes moles diariamente é normal?

NÃO! Por mais que existam fatores simples que causem o cocô mole, perceber as fezes amolecidas sempre que vai ao banheiro, todos os dias, não é normal.

O mais indicado, nesses casos, é procurar por atendimento médico para uma avaliação individual.

Como são diversas as causas do cocô mole, é importante falar com um profissional que irá entender exatamente o que está acontecendo em seu caso.

Você pode ter uma intolerância alimentar que ainda não sabe, como a intolerância à lactose, que está causando as fezes moles diariamente.6

Um desequilíbrio da flora intestinal, um quadro disbiose, também pode deixar o cocô amolecido por vários dias.7

Por isso, é indispensável investigar o que está provocando este sintoma que, como foi dito, apesar de comum, não é nada normal ou saudável.

Como endurecer as fezes?

Antes de procurar por dicas para endurecer o cocô, você deve passar por um atendimento médico para descobrir o que está causando as fezes moles.

Se esse sintoma é resultado de uma intolerância alimentar, por exemplo, a melhor forma de tratar a condição é evitando os alimentos que seu organismo não consegue digerir (ou utilizando medicamentos para a condição).6

Em geral, o uso de reguladores intestinais pode ser benéfico para melhorar a consistência das fezes e a frequência das evacuações.8

Duas excelentes opções para isso são as fibras vegetais (solúveis e insolúveis) e os probióticos. Ambos ajudam desde a formação das fezes até o equilíbrio da flora intestinal, prevenindo problemas intestinais como a diarreia e a constipação.8

Quando se preocupar com as fezes?

Para saber quando se preocupar com as fezes, você deve entender o que é considerado um cocô normal e saudável.

O seu cocô é um instrumento poderoso para analisar sua saúde intestinal. Por isso, é muito importante entender quais os tipos, cores e formatos exigem atenção.

A Escala de Bristol é o parâmetro utilizado para avaliar as fezes e o intestino. Ela é composta por 7 tipos diferentes de cocôs, e apresenta quais são os tipos normais e preocupantes.9

Segundo a Escala de Bristol, você pode apresentar os seguintes tipos de fezes:9

  1. Bolinha/duro: bolinhas separadas de textura seca, difíceis de expelir;
  2. Salsicha/linguiça: cocô longo com bolinhas aglomeradas, também difícil de expelir;
  3. Salsicha/linguiça: mesmo formato do tipo 2, mas com rachaduras e fissuras ao invés de bolinhas. Esse é considerado um tipo saudável;
  4. Salsicha/linguiça: mesmo formato do tipo 2 e 3, mas com textura lisa e de consistência macia, fácil de expelir. Também considerado um tipo saudável;
  5. Despedaçada: pedaços separados como o tipo 1, porém mais macias e mais fácil de expelir. Não é considerada saudável porque não é inteira;
  6. Mole: cocô pastoso e praticamente semi-líquido, de tonalidade mais clara;
  7. Aguado: fezes claras e líquidas, sem nenhum pedaço sólido.

Esses tipos de fezes ajudam a identificar alterações intestinais, como a diarreia (tipos 6 e 7) e a constipação intestinal (1 e 2).9 

O ideal é que seu cocô esteja entre os tipos 3 e 4, considerados saudáveis de acordo com a escala.9

Qualquer alteração fora disso deve ser avaliada com um profissional da saúde, pois pode indicar problemas no sistema digestivo, ou hábitos comportamentais e alimentares prejudiciais ao fluxo intestinal.

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Agora que você sabe o que pode causar fezes moles diariamente e como deve ser o cocô saudável. O próximo passo é começar a cuidar da saúde intestinal para evitar alterações desagradáveis.

São muitas opções para você encontrar aquele que irá se adequar melhor a sua rotina e necessidades, de acordo com as recomendações de um médico e/ou nutricionista.

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Referências
  1. Batista M, Secretário M, Schier Da A, Conselho C, Ana C, Izoton De Sadovsky D, et al. Diarreia aguda: diagnóstico e tratamento Departamento Científico de Gastroenterologia Presidente [Internet]. 2017 Disponível em https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/2017/03/Guia-Pratico-Diarreia-Aguda.pdf. Acesso em novembro/2022.


  2. Peechakara BV, Mohit Gupta. Water Toxicity [Internet]. Nih.gov. StatPearls Publishing; 2019. Disponível em https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK537231/. Acesso em novembro/2022.


  3. Azer SA, Senthilkumar Sankararaman. Steatorrhea [Internet]. Nih.gov. StatPearls Publishing; 2020.Disponível em https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK541055/. Acesso em novembro/2022.


  4. Bintsis T. Foodborne pathogens. AIMS Microbiology. 2017;3(3):529–63. Disponível em https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6604998/. Acesso em novembro/2022.


  5. Chan Y, et al. The temporal relationship of daily life stress, emotions, and bowel symptoms in irritable bowel syndrome—Diarrhea subtype: A smartphoneu2010based experience sampling study. Neurogastroenterology & Motility. 2018 Nov 18;31(3):e13514.Disponível em https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30450780/. Acesso em novembro/2022.


  6. Ruiz, R. Intolerância à lactose [Internet]. Manual MSD Versão Saúde para a Família. Manuais MSD; 2021. Disponóvel em https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/distúrbios-digestivos/má-absorção/intolerância-à-lactose. Acesso em novembro/2022.


  7. Carding S, Verbeke K, Vipond DT, Corfe BM, Owen LJ. Dysbiosis of the gut microbiota in disease. Microbial Ecology in Health & Disease [Internet]. 2015 Feb 2;26(0). Disponóvel em https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4315779/. Acesso em novembro/2022.


  8. Yang H, Sun Y, Cai R, Chen Y, Gu B. The impact of dietary fiber and probiotics in infectious diseases. Microbial Pathogenesis. 2020 Mar;140:103931. Disponível em https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0882401019315517. Acesso em novembro/2022.


  9. Heaton KW, et al. Defecation frequency and timing, and stool form in the general population: a prospective study. Gut. 1992; 33 (6):818-24. Disponível em https://www.ncbi.nlm.nih.gov/labs/pmc/articles/PMC1379343/. Acesso em novembro/2022.